A presença da deputada brasileira Carla Zambelli (PL-SP) na Itália, mesmo após inclusão na lista de foragidos da Interpol, gerou questionamentos do deputado italiano Angelo Bonelli, do partido Europa Verde. Em ofício ao governo da primeira-ministra Giorgia Meloni, Bonelli critica a ausência de medidas para deter Zambelli no aeroporto de Fiumicino, onde ela desembarcou em 5 de junho, mesmo com ordem internacional de prisão expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por participação em tentativa de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela inserção de documentos forjados com auxílio do hacker Walter Delgatti Neto. A Corte também determinou a cassação de seu mandato, pendente de ratificação pela Câmara dos Deputados.
Bonelli cobra explicações do governo italiano sobre possíveis proteções oferecidas à parlamentar, questiona a concessão de cidadania a Jair Bolsonaro e seus filhos, e sugere mudanças na legislação italiana para impedir que o país sirva de refúgio a foragidos por crimes graves, como tentativa de golpe de Estado.
Zambelli alega não poder ser extraditada por possuir cidadania italiana, mas juristas contestam essa interpretação. Ela declarou à imprensa que é “intocável” na Itália e justificou sua saída do Brasil por motivos médicos.
A resposta oficial do governo italiano aos questionamentos de Bonelli é aguardada para esta sexta-feira (13).
Com informações do Congresso em Foco.